Uma resiliência radical
Os tipos de desafios e adversidades na vida que exigem resiliência geralmente causam dor e sofrimento.
No estoicismo a resiliência é uma habilidade que se desenvolve com o tempo e através da prática. É vista como uma virtude crucial para alcançar a felicidade e a tranquilidade interior (W. Irvine) e se baseia na capacidade de lidar com as dificuldades da vida de maneira racional e virtuosa, sem se deixar abater por eventos externos ou emoções negativas.
Não podemos lidar com a dor e o sofrimento sem apoio espiritual. Grande parte desse apoio espiritual virá de pessoas – algumas de pessoas que conhecemos e outras de estranhos que oferecem uma palavra gentil ou se apresentam para ajudar quando precisamos. Também podemos encontrar apoio espiritual através da nossa tradição religiosa, do programa de doze passos ou de uma prática meditativa como a meditação da atenção plena.
Uma religião ou sistema de crenças espirituais que seja crítico, punitivo, rígido é tudo que não precisamos para desenvolver a nossa resiliência. Buscamos práticas que entendam que todos os seres, o meio ambiente e o universo estão interligados; vê o Poder Superior como amoroso; e mantém a honestidade, autoconsciência, compaixão, perdão, reconciliação, abertura, aceitação e cura como valores fundamentais. Fora deste cenário não acredito no desenvolvimento da resiliência, verdadeira e radical.
Pessoalmente, busco na Filosofia Estoica a base para esta prática. Trazendo a mim a responsabilidade pelas minhas escolhas e ações e deixando ao largo tudo aquilo que esteja fora do meu controle.
Sempre que procuramos compreender como podemos viver melhor as nossas vidas com significado e propósito, através da oração, meditação ou outra prática de discernimento espiritual, não necessariamente religioso e prestamos atenção com uma mente aberta ao que nos vem em resposta a essa prática, nós estamos nos envolvendo com nossa espiritualidade como uma habilidade de resiliência. Com o tempo, o envolvimento com a espiritualidade desta forma é transformador. Isso muda a maneira como nos entendemos. Abre nossos corações para uma consciência de gratidão e nos leva a uma maior compaixão e a um senso de conexão com os outros. Com toda certeza a Vida fica mais leve, plena e prazerosa.
